O Vento

-Você não tem medo do vento?-ele perguntou curioso.
-Não - respondeu ela calmamente.
-Esses uivos me dão arrepio!- disse ele fechando a cortina e esfregando os braços.
-O vento é livre, ele brinca e quando não lhe dão passagem ele grita, só isso, como criança quando faz birra.
-Por que você fala assim?
-Assim como?
-Assim,com essa... naturalidade!
-Eu queria ser como o vento- disse ela, ainda com os olhos no livro que estava lendo.
-Você queria fazer birra?- diz ele numa frustrada tentativa de fazer piada.
Ela o ignora, tira os olhos do livro e olha para longe, com o olhar vazio de quem sonha acordado
- Não, eu queria ser livre...
-Mas você é livre, Amanda!
-Sim, e o que eu faço com a minha suposta liberdade? Nada. Sou prisioneira das minhas escolhas.- Ela fecha de vez o livro e o encara.
-Você pode escolher ser livre.- encarando-a em resposta.
-Isso envolve muita coisa Rubens, você sabe...responsabilidades, não posso abrir mão delas.
-Mas pode abrir mão da sua felicidade? Me diz Amanda, você é feliz?
-Claro que sou! Eu tenho casa, comida, estudo num bom lugar...
-Não não, a pergunta certa é: você "está" feliz?
Ela abaixa os olhos e volta a abrir o livro - Pára com isso, Rubens, me deixa...
-Amanda, eu não vejo você rir há semanas! E agora você vem com esse papo de que não é livre, o que está acontecendo?
-Nada!Foi só um pensamento bobo que eu tive, esquece.
-Não esqueço, não!- diz Rubens, sentando ao lado dela- Eu me importo com você. Não quero te ver assim, triste, fazendo as coisas por obrigação...-Então, por acaso, ele vê o que havia dentro do livro que ela segurava- Você sente falta dele né?
Amanda, que fingia ler, fecha o livro imediatamente, como num reflexo. Ele, como quem acabara de compreender tudo, encara ternamente aqueles olhos negros e agora marejados, levanta-se e volta a fechar as janelas, que batiam furiosamente em resposta ao vento. Ainda tentando controlar algumas lágrimas que insistiam em cair, ela abre seu livro novamente e continua a admirar a fotografia: um belo rapaz de cabelos pretos, olhos pequenos e com o sorriso mais bonito que ela já vira.

Um registro *-*

Sim, eu sei que sumi, desapareci, tanta coisa mudou nesse meio tempo. Mas isso é matéria pra outro post, porque hoje eu venho aqui pra registrar mais um episódio do conto de fadas que vinha descrevendo nas entrelinhas por tanto tempo. Hoje eu ouvi, na verdade li, o que eu sempre desejei desde que essa história começou. E como é bom ler um "amo vc" de um jeito acanhado como se tivesse escapado sem querer!

Um desejo inteiro! =D

Nada como se sentir vivo novamente, nada como estar no meio do nada pra perceber que sim, eu vivo! (que descoberta) Mas enfim, eu estava mesmo precisando disso. Foi um passeio numa estradinha que eu nem sabia que existia, logo ali na saída de Get. Depois descobri que é a estrada que liga get à charrua, e quem diria que ali eu veria um pôr-do-sol de dia nublado, fantástico, um dos mais lindos que já vi, com direito a um grito de " o amor é lindooo o o o..." (sim, teve eco). Concordo plenamente ^^. É, eu sou feliz...eu vivo.

Resumo

Tá, vamos lá. Ano Novo. Poa. Pressão. Medo. UFRGS. Vestibular. Saudades. Volta. Espera. Ansiedade. Medo. Solidão. Lágrima. Decisão. Santa Maria. Calor. Frustração. Vestibular. TV. Espera. Sonho. Redação. Calor. Listão. Aprovação. Volta. Férias. Alegria. Saudade. Getúlio. Frio. Segurança. Alegria. Alegria. Briga. Raiva. Prato quebrado. Lágrima. Medo. Festa. Dança. Alegria. Alegria. Realização. Passeio. Proteção. Neblina. Despedida. Convite. Indecisão. Vontade. Ideais. Indecisão. Principios. Saudade. Decisão. Tédio.

...e Janeiro se resume a isso!

Uma epifanía

Um turbilhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo. Coisas que mudaram e ainda mudarão muito a minha vida. Tenho noção disso. Esperei por esse momento a minha vida toda e ele chegou, é agora, é a hora. Apenas não contava com esse doce "imprevisto", se é que posso chamá-lo assim. Razão e Emoção. Sim aprendi muita coisa nesse meio tempo. E agora eu entendo tudo.