domingo, 12 de dezembro de 2010

Cuspido e escarrado

É desconcertante perceber que a cada dia que passa podemos nos tornar uma cópia quase perfeita de nossos pais. Pode ser na aparência, ou nas atitudes; o fato é que, mesmo não querendo, a genética é soberana.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


"O único, o verdadeiro e cobiçado segredo da felicidade é não temer os desafios. É ter coragem de ser feliz."

Eu quero ser feliz! De que adianta ter tudo na vida e não ser feliz? Não que eu tenha tudo e nem que não seja nada feliz, porque até sou, mas eu quero mais que isso, eu quero ser feliz completamente e por longos períodos e não só uma vez ou outra, ou lá de vez em quando. Mas a questão é: como eu faço pra ser feliz completamente?
Por incrível que pareça, eu sei a resposta. E ,inacreditavelmente, foi eu mesma quem a formulou: "O único, o verdadeiro e cobiçado segredo da felicidade é não temer os desafios. É ter coragem de ser feliz."
Citar a si mesma é muita falta de modéstia mesmo! Sujeitinha prepotente!
Mas acalmem seus corações porque eu posso explicar. Ou não.
Eu só queria voltar a ter a sabedoria dos meus 16 ou 17 anos. Poxa vida, será que a gente cresce e fica burro? Não que fosse a adolescente mais feliz daquela pacata cidadezinha cheia de pessoas muito mais prepotentes do que essa que voz fala. Mas acho que eu sabia lidar melhor com a frustração naquela época, sabia transformá-la em algo produtivo, o que de certa forma me fazia feliz. Em que parte da estrada de chão da minha vida eu desaprendi a fazer isso? Ou esqueci como fazer, ou sei lá.
O fato é que eu cansei desse mundo inútil que me cerca. Cansei de me sentir inútil, de viver dias inúteis, de estudar coisas inúteis! Eu era muito mais feliz quando acreditava que o átomo era uma bolinha e os orbitais eram as caixinhas e dentro delas eu desenhava flexinhas apontadas pra cima ou pra baixo. Que ilusório!!!
E agora? Fui enganada pelo Feltre e os desenhos coloridos daquele livro ou o quê?
Talvez essa faculdade seja uma grande duma bosta mesmo, uma baita de uma porcaria, e talvez eu fosse mais feliz se tivesse professores melhores, eu sei que eles tem doutorado lá em puta-que-pariu, mas não adiantou muita coisa porque o método de ensino "Aprenda você mesmo ou foda-se" é o que domina essa merda. E o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser.
Voltando ao tema principal desse desabafo, não quero acreditar que fui eu quem errou na escolha do que eu quero ser e fazer da minha vida, prefiro colocar a culpa nos outros, porque é deles mesmos. Eu sempre soube o que eu quis! Quero ser uma pessoa feliz e bem sucedida. E o que me impede? Quase nada, só as provas de física, físico-química, orgânica, inorgânica...ah e claro, a culpa que eu sinto quando nem me dou o trabalho de ir fazer a prova pra tirar 2,5. Ah, mas a culpa não é mais minha, to passando adiante...
O que fazer então?
a. largar a faculdade.
b. mudar de curso.
c. virar panicat.
d. ir pra áfrica do sul dançar waka waka.
e. se matar.
Bom, se eu largasse a faculdade eu teria que fazer faxina ou catar papelão pra sobreviver porque eu não sei fazer mais nada. Se eu mudasse de curso eu seria uma desertora e eu desprezo desertores! Eu não tomo bomba, não tenho a coxa mais grossa do que a do jogador roberto carlos e nem uma melancia na bunda, então não posso ser panicat. A áfrica do sul seria uma boa opção, se não fosse tão longe das pessoas que eu amo. E o suicídio é o que eles querem que todos cometam, mas eu sou do contra.
E agora? Alguém consegue entender o tamanho do problema?
Eu só quero ser feliz, bonita, rica.... ser útil, tirar notas boas, me formar. Tudo isso sem precisar abrir mão da minha vida social ou me transformar num daqueles seres medonhos que andam pelo vale. SÓ ISSO!

Me interna

Definitivamente deixar a matéria acumular pra estudar na última hora, acreditando cegamente que vai aprender por osmose, não é uma boa idéia. É eu sei disso, na teoria, porque quando chega o último dia antes da prova eu sempre encontro ele, meu conhecido dos fins do semestre... Oi, desespero! Tudo bem? E a família? É, porque ele nunca está sozinho, sempre vem acompanhdo de ataques de pânico e crises de histeria do tipo:

“Eu não quero mais fazer essa prova!!!!!!!!!!”
“Eu não quero mais estudar nada, será que eu consigo um emprego de faxineira?”
“Eu vou morrer, eu sei que eu vou morrer!!!! Não existe vida depois dessa prova!!! Eu vou chegar lá, ver a prova, e morrer, eu sei, eu sei!!!!!

Depois dessas conclusões, apela-se para a fé, negociações com os céus e todos os tipos de credos:
“Deus, me ajuda, eu não quero morrer, eu sou muito nova!!!”
“Deus, se você existe faça com que eu aprenda tudo nessas 2 horas.Eu sei que você existe, me conceda só um milagresinho!”

2 horas depois....
“Deus, é o seguinte, me ajuda e eu rezo 50 Pai Nossos e 50 Ave Marias. Mas só amanhã, porque hoje eu tenho que estudar. Ta bom?

1 hora depois...
“Deus, eu subo minha oferta, eu rezo 100, 200, 300...!”
“ Deus, será que o senhor ta de férias também e só eu que não to!!?”
“Forçaaaas do aléém, se tem alguém aí me ouvindo me dê um sinal, faça baixar um santo gênio em mim, por favor, por favor, por favor!!!!! Saravá!

Depois de tanta apelação e horas sem dormir: “Ah eu só vou deitar uns 10 minutinhos, não vou dormir, só fechar os olhos um pouquinho pra descansar...”
Após muuuuitos minutinhos “Meeeeu Deeeeeeuuusss, como eu fui dormir? To atrasada!!!!!!!! E agora?? Vou morrer!!!!!!!”

E então chego na sala de aula, com aquela cara de choro e desespero que nem ensaiada é, porque infelizmente é real. Fiz a prova e para minha surpresa, eu não morri. Mas agora é sério, agora eu vou estudar antes, semestre que vem vai ser diferente, eu juro...

“Deus, eu sei que eu te incomodei. Desculpa. Mas agora me ajuda a cumprir essa promessa!”

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"O homem só envelhece quando os lamentos substituem seus sonhos."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Assim falou Zaratrusta

"Alguns não conseguem afrouxar suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar seus amigos.

Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinzas? "

(Quando Nietzsche chorou)

sábado, 20 de novembro de 2010

Sobre a liberdade

Pensando sobre o fato de ser dono de si, lembrei de uma redação que fiz na escola há muito tempo, achei pertinente, pois ainda define minha opinião sobre o tema. Aí está:

Liberdade
Vivemos numa sociedade em que todas as pessoas nascem livres. Todos pregam a Liberdade, principalmente no ocidente. Diante de um famoso clichê, pergunto: o que é liberdade? Somos realmente livres? Em busca da resposta, pedi socorro a um dicionário e procurei tal verbete. Posso garantir que encontrei algumas definições um tanto ‘curiosas’.
Livre:
“Que não está preso, apertado: solto”
Quando estávamos na barriga de nossa mãe tínhamos que ficar encolhidos (ou em posição fetal, para os entendidos), não havia espaço. Alguém disse alguma coisa sobre nascer livre? Também não se pode nascer em silencio que o médico já gruda um tapa no bumbum. Poxa! Sou obrigado a chorar doutor?
“Não sujeito ao domínio, ou a vontade de outrem. Independente. Ter pleno gozo de todos os seus direitos.”
Se você acordar de manhã sem vontade de ir à escola, vá até seus pais quando estiverem tomando o café da manhã, lhes diga que você é livre e quer exercer o seu direito de ficar em casa dormindo. Se seu pai levantar da cadeira, ficar vermelho, nervoso e der um grito do tipo: “Te manda já pro colégio, guri!”; não se assuste, nem fique frustrado. Compreenda-o, ele é tão ‘livre’ quanto você.
“Que está isento de qualquer vínculo ou obrigação social”.
Experimente não pagar os seus impostos. Quando o processarem por sonegação, vá até o juiz e lhe diga que você é livre e portanto isento das obrigações sociais, mesmo vivendo numa sociedade.. Tenho certeza que ele entenderá perfeitamente. E depois, vocês dois ainda podem sair para tomar um café no bar da esquina.
Ninguém é livre por completo. Ninguém sempre pode fazer o que quer. Desde crianças somos ‘moldados’, somos ensinados a viver em sociedade. ‘Não grite! Não puxe o rabo do cachorro! Não mostre a língua pra visita! Não corra na chuva!’
Temos direitos sim, mas temos mais deveres, ou melhor, obrigações. ‘Seja educado, honesto, estude, trabalhe para ser alguém na vida’. É o que precisa ser feito.
Você é livre? Está se perguntando quando poderá fazer o que tiver vontade? Quer um conselho?
Cante, dance, pule, grite. E principalmente: Corra na chuva enquanto suas pernas ainda lhe obedecem!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma conclusão

Não sei se foi pelo fato de eu ter comprado um livro sobre psicanálise. Eu sempre tive essa mania de analisar a tudo e a todos, mas talvez a partir disso eu tenha tomado consciencia do quanto eu me auto-analiso. Essa compulsão por decifrar, por rotular, por classificar todo e qualquer tipo de sentimento. Sempre sei quando estou triste, com raiva, feliz... mas às vezes eu sinto uma felicidade estranha, ou uma euforia, não sei, como se tudo fosse possível e eu pudesse fazer qualquer coisa, como se eu fosse totalmente livre e dona de mim. Não sei daonde nasce tanto entusiasmo, só sei que é bom, é muito bom. É como uma droga.

Pensando bem, toda essa endorfina no meu corpo deve ser efeito daquela panela de negrinho que eu devorei.

sábado, 23 de outubro de 2010

Não tem preço.

Escolhas existem, sempre existirão. Mas à medida que o tempo passa, que a responsabilidade aumenta, elas vão ficando mais importantes, mais necessárias, mais significativas e infelizmente mais difíceis.
Esperei por uma oportunidade de estágio durante quase 2 anos. Procurei bolsas e mais bolsas, na esperança de poder gostar mais desse meu curso. De poder viver o dia a dia de um laboratório, de ganhar experiência e poder pôr em prática aquelas teorias todas. Não consegui uma bolsa, elas são perseguidíssimas. Mas devido a minha insistência quase irritante, consegui uma oportunidade de trabalhar no laboratório que supostamente é um dos melhores da química da Ufrgs, e com uma professora/orientadora que supostamente é a mais querida de todas as queridas do mundo. Não, só da Ufrgs mesmo. Só que esse trabalho é voluntário e exige o mesmo comprometimento de quem ganha dim dim no fim do mês.
Em contrapartida, já é quase novembro, faltam pouco mais de 2 meses para o fim do ano e... Para o quê? Para o quê? Para as férias! E eu gosto de férias. É, eu adoro férias. Tá bom, tá bom, eu amo férias! Amo amo amo!
E agora? Estágio ou férias? Férias ou estágio? Escolher, é preciso.
Depois de muito pensar, muito, muito, muito, mesmo...depois de avaliar cuidadosamente minhas alternativas, depois de muita culpa e autoflagelação... Sim, eu escolhi as férias. É isso mesmo!
Eu quero é me mandar pro interior. Quero ir pra minha casa de verdade. Quero acordar vendo manhãs ensolaradas e ouvindo os gritos histéricos da minha mãe. Quero ir visitar meu pai, naquele mato cheio de mosquitos, e sorrir para ele enquanto ouço suas lições de moral. Quero abraçar minha nona enquanto ela me dá bala, tomar café com bolacha e comer uma fatiazona de pão com chimia de pêssego. Quero buscar o chinelo do nono, sentar ao lado dele na caixa de lenha e pedir pra ele contar só mais uma vez aquela história que eu já sei de cor. Quero brincar de lutinha com meu irmão e poder ver ele dançando chula. Quero fofocar com minha irmã enquanto a gente arruma o cabelo ou pinta as unhas. Quero namorar bastante o meu namorado, saber que ele está bem pertinho de mim, mesmo morando do outro lado da cidade, poder ligar pra ele, dizer: “Vem aqui ficar comigo?”, e saber que em poucos minutos ele vai chegar, vai me abraçar apertado e pedir ‘beijinho’. Quero sair muito com minhas amigas, nem que seja pra ficar sentada no canteiro da avenida e se sentindo um presunto, quero rir muito, festejar muito. Quero ser muito feliz!
Há muito tempo venho adiando isso tudo e confesso que demorei para descobrir o porquê daquele vazio tão grande. Demorei para entender do que eu sentia tanta falta. Que mania de querer abraçar o mundo! De achar que tudo tem que ser feito pra ontem. De sentir culpa por fazer o que se gosta em vez das milhares de obrigações. Chega. É, chega desse medo de ser feliz. Chega dessa febre de responsabilidade e desse terror aos julgamentos. Afinal, "a vida é minha, o probrêma é meu, iarnuôôôu”. Eu fui politicamente correta a minha vida inteira e isso diminui o peso da minha rebeldia.
O estágio eu posso fazer depois, eu nem queria trabalhar de graça mesmo. E eu sou jovem, grande e forte, tenho muito tempo para terminar a faculdade, correr desesperadamente atrás de estágios e tenho a vida inteira para crescer profissionalmente e conquistar uma carreira de sucesso.
Viver e sentir aquilo tudo, não tem preço.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Eterna

A saudade não passa nunca e até dói um pouquinho lá no fundo, mas enquanto ela estiver aqui é sinal de que está tudo bem.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sim, existem.

É tudo tão estranho, as vezes tão claro, as vezes tão confuso. Mas a epifania sempre vem, mais cedo ou mais tarde, e nesses momentos eu tenho a plena certeza de que viveria tudo de novo. Existem momentos, mesmo que curtos, que valem a pena.
Existem sensações que valem qualquer sacrifício.
Existem companhias que valem as semanas de solidão.
Existem alegrias que apagam qualquer vestígio da dor.

sábado, 29 de maio de 2010

"Narciso não gosta do que não é espelho."

E também não gosta do que é.
Narciso quer ser único.
Narciso só enxerga a si mesmo.
Tantos Narcisos encontrei.
Rostos diferentes, mas na alma a mesma mesquinhez.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Eu penso muito


Eu penso muito, é o que se faz quando se está sozinho durante a maior parte do tempo. Julgo esse senhor das horas que nos confunde com sua total relatividade. Generoso ou cruel? Sábio. Brinca com nossos anseios na esperança de que um dia possamos compreende-lo. Muitos resistem tanto a aceitar tal compreensão que só o fazem quando não há mais forças para sustentar a jovem rebeldia dentro de si, resta então, um corpo frágil, rugas, cabelos brancos e aceitação. Espero que isso não seja mais uma regra, que a sabedoria não seja destinada apenas aos anciãos, que nos seja dada a capacidade de compreender enquanto a rebeldia e sua força ainda nos habitam, afinal, ela não gosta de regras, ainda assim tem os mesmos ideais de quem as segue. Também quer fazer o que é certo, mas com a vantagem de consertar, recomeçar, de ter o tempo a seu favor. E então, quando os anos pesarem em nosso corpo frágil, sentiremos mais do que apenas aceitação.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Voltando a si

Há tempos eu venho voltando a essa página, lendo, relendo e muitas vezes rindo das minhas angústias do passado. Faz muito tempo que não escrevo nada, as vezes até penso que tenho alguma história pra contar (eu e o Forest Gamp), mas as palavras me fogem como se eu as tivesse traído. O fato de eu me dedicar quase que exclusivamente aos cálculos não quer dizer que desisti de escrever(volteeeeem pra mim!!!!). É, resolvi voltar, mesmo sempre achando que nunca está bom o suficiente, mas são só registros e pra mim mesma. E também muito tempo se passou, o bastante pra eu aprender que planejar é bom sim, mas quem planeja muito acaba não fazendo nada. Gosto de me deixar levar. Entendi que preciso escrever, é uma necessidade, só assim consigo ter a percepção do quanto mudei e mudo a todo instante.