domingo, 31 de agosto de 2008

Oi oi oi

Bom, to meio sem inspiração pra escrever algo que preste ultimamente, mas tenho boas notícias.
Um conto meu foi publicado no site Palpitar!! Que legal, que legal, que legal!!!
Agora que to chique, to pensando até em abandonar o laboratório e meus futuros beckers e me dedicar exclusivamente à literatura, já posso até me ver ao lado de Dan Brown e J.K.Rowling... hohoho, capaz capaz, mas deixo o site aí pra quem quiser conferir! ( propaganda, haha)

http://www.palpitar.com.br/criacao.php?cat=conto

beijos
:*

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ois


Manuela sempre volta
retorna
ressussita
palpita
e se agita com um ois
aparece
e até merece
um espaço
um abraço
e toma conta
meio tonta
quer calor
sabor
e um amor.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Flash-back



Quando as palavras nos faltam é porque alguns momentos são intraduzíveis. Nenhuma palavra conseguiria descrevê-los com exatidão, se escritos, os detalhes se perderiam, e junto com eles a magia da lembrança. Essa é o que nos resta. Essa torna-se um consolo. Essa ficará guardada e poderá ser vista até quando os olhos não possam mais ver.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Uns olhos



Ele a viu sentada. Estava diferente hoje. Já ia embora quando passou por ela. Parou. Durante alguns segundos travou uma luta consigo mesmo: falaria com ela, mas o quê? Não, não falaria. Seus pés foram e voltaram, ele respirou fundo e... não falou. Respirou denovo e a chamou, pediria uma informação.
Ela então virou e o encarou, como ficara linda. Ele, meio sem jeito fez a pergunta, tola por sinal, era evidênte que fora de propósito. Ela, gentilmente, começou a responder, então seus olhos se encontraram. Sua voz foi ficando cada vez mais fraca, quase inaudível, ele se curvava para ouvi-la, mas já não ouvia mais nada, apenas olhava ela falar, olhava aqueles olhos negros a sua frente, o abismo misterioso que o atraía. Curvou-se até muito próximo dela, que já havia parado de falar e apenas o olhava também. Então algo acontceu, ali, durante aqueles poucos segundos em que tão próximos eles apenas se olharam. Seus olhos atraíam-se e ambos sentiam isso.
Ele percebendo o desconcerto dela, que desviou o olhar, retomou a pergunta. Essa foi respondida novamente, dessa vez de um modo mais automático. Não se despediram, apenas fingiram não ter acontecido nada, como em todas as outras vezes.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O gesto


De repente viu o gesto. Aquele mesmo gesto de suas lembranças, de seus sonhos, sendo feito com tanta naturalidade ali na sua frente. Nesse momento já não ouvia o que o homem dizia, apenas olhava para suas mãos, com uma certa fixação via ele fazer o gesto e repetir a explicação da qual nem se recordava. Como em camera lenta, o homem entrelaçava as próprias mãos. Não lembrava o que dizia, mas lembrava de seus dedos se encaixando devagar e lembrava melhor ainda de uma outra noite, de outros dedos, de outra mão, do mesmo gesto.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O Encantamento



Ela não o olhava nos olhos, não conseguia, não podia olhar com indiferença para os mesmos olhos que amou um dia. Ela sabia que enquanto continuasse perto, jamais o esqueceria. Ela já não o amava, nem mesmo odiava, mas ainda não tinha chegado ao nível da indiferença, talvez nunca chegasse. Pessoas que conseguem despertar as emoções mais profundas e os sentimentos mais intensos jamais serão indiferentes. Fazia tanto tempo, tinha lembranças tão boas da época em que não havia maldade nenhuma num abraço, num sorriso. Mas nunca houve um abraço, nem tantos sorrisos, e sim, palavras mal compreendidas de quem mal sabia o que sentia, e lágrimas, muitas lágrimas. E o tempo passou, o mesmo tempo que cura, que amargura e que ensina. Ensina que dizer o que sente assusta. E que um inoscente "eu te amo" pode quebrar o encantamento, acabar com uma amizade e afastar duas pessoas para sempre.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Apenas palavras



Palavras têm um poder inimaginável. Podem mudar totalmente decisões já tomadas. Podem fazer amar, ensinar, sufocar, fazer chorar. Ainda assim não deixarão de ser somente palavras. Palavras dependem do tempo para serem ditas, e juntos podem construir pequenas relações ou destruir grandes impérios. Palavra mal dita na hora certa, faz sonhar, já bem dita na hora errada, faz acordar. E assim tudo se cria, tudo se perde e nada se transforma, transtorna-se. Então cria-se denovo e denovo, até percebermos que palavras são só palavras. Poderosas sim, mas não bastam. Podem ser mal feitas, perfeitas e ainda assim não completam o vazio com que nasce cada ser humano. Palavras mentem, nos faltam, não traduzem tudo. Palavras são só palavras, desde sempre e até encontrarem um gesto, e então quando se calam, dizem tudo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Um desejo



Sentia muita coisa ao mesmo tempo, mais do que pudesse compreender, mais do que pudesse identificar, mais do que quisesse sentir. Eram muitos excessos, como se a vida teimasse em fazer com que ela entendesse as consequencias dos seus sentimentos muito antes do que ela podia. Como se tivesse que sentir tudo isso agora, para poder identifica-los depois, quando estivesse sozinha. Era como se precisasse ter percepções diferentes das mesmas pessoas, das mesmas coisas, das mesmas histórias. Tinha que saber quantas havia em si mesma. Mas ela não queria. Não queria nada disso. Tanto que se achasse uma lâmpada mágica e tivesse direito a um desejo, ela desejaria não ter sentimentos por um único dia que fosse.

sábado, 2 de agosto de 2008

Dia bonito



Foi quando em meio às minhas reclamações, ele pegou no meu braço e me interrompeu:
- Deixa eu dizer uma coisa. Escute.
Eu virei surpresa e o encarei. Ele me olhava com aqueles olhos de um azul que eu jamais vi igual. Aqueles olhos pequenos, já escondidos pelo tempo, mas que continham a sabedoria que só este pode proporcionar.
- Hoje de manhã, quando você levantou, viu como estava o tempo lá fora? - apontando para a janela atrás de si - Estava nublado, fechado, parecia que ia chover, não é mesmo? E você está vendo o tempo agora? Agora está um dia bonito de sol. Presta atenção. Nem tudo o que parece é, e as vezes, a gente precisa esquecer o que já passou e viver o dia bonito, viver o agora.
Soltou meu braço e continuou a comer.
Eram azuis, muito azuis...