sábado, 2 de agosto de 2008

Dia bonito



Foi quando em meio às minhas reclamações, ele pegou no meu braço e me interrompeu:
- Deixa eu dizer uma coisa. Escute.
Eu virei surpresa e o encarei. Ele me olhava com aqueles olhos de um azul que eu jamais vi igual. Aqueles olhos pequenos, já escondidos pelo tempo, mas que continham a sabedoria que só este pode proporcionar.
- Hoje de manhã, quando você levantou, viu como estava o tempo lá fora? - apontando para a janela atrás de si - Estava nublado, fechado, parecia que ia chover, não é mesmo? E você está vendo o tempo agora? Agora está um dia bonito de sol. Presta atenção. Nem tudo o que parece é, e as vezes, a gente precisa esquecer o que já passou e viver o dia bonito, viver o agora.
Soltou meu braço e continuou a comer.
Eram azuis, muito azuis...

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