
Ele a viu sentada. Estava diferente hoje. Já ia embora quando passou por ela. Parou. Durante alguns segundos travou uma luta consigo mesmo: falaria com ela, mas o quê? Não, não falaria. Seus pés foram e voltaram, ele respirou fundo e... não falou. Respirou denovo e a chamou, pediria uma informação.
Ela então virou e o encarou, como ficara linda. Ele, meio sem jeito fez a pergunta, tola por sinal, era evidênte que fora de propósito. Ela, gentilmente, começou a responder, então seus olhos se encontraram. Sua voz foi ficando cada vez mais fraca, quase inaudível, ele se curvava para ouvi-la, mas já não ouvia mais nada, apenas olhava ela falar, olhava aqueles olhos negros a sua frente, o abismo misterioso que o atraía. Curvou-se até muito próximo dela, que já havia parado de falar e apenas o olhava também. Então algo acontceu, ali, durante aqueles poucos segundos em que tão próximos eles apenas se olharam. Seus olhos atraíam-se e ambos sentiam isso.
Ele percebendo o desconcerto dela, que desviou o olhar, retomou a pergunta. Essa foi respondida novamente, dessa vez de um modo mais automático. Não se despediram, apenas fingiram não ter acontecido nada, como em todas as outras vezes.
3 comentários:
Parece meio locura mas precisei ler seus textos em voz alta pela fonte ser mt pequena e eu nao enxergar mt bem :)
Ficou mais profundo.. me fez imaginar as situações. Achei mt legal o blog e principalmente o post anterior! d+, parabéns
bjoo
"Lispectorianamente" falando, teus textos me trazem a tal Epifania. Uma espécie de insight... Gosto disso!
Beijinhos.
Olhares são reveladores...
Não sei se já te agradeci o link. De qualquer forma, obrigado.
Há braços!!
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