quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O gesto


De repente viu o gesto. Aquele mesmo gesto de suas lembranças, de seus sonhos, sendo feito com tanta naturalidade ali na sua frente. Nesse momento já não ouvia o que o homem dizia, apenas olhava para suas mãos, com uma certa fixação via ele fazer o gesto e repetir a explicação da qual nem se recordava. Como em camera lenta, o homem entrelaçava as próprias mãos. Não lembrava o que dizia, mas lembrava de seus dedos se encaixando devagar e lembrava melhor ainda de uma outra noite, de outros dedos, de outra mão, do mesmo gesto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Retribuindo a visitinha ao Taxitramas. Valeu.
Há braços!!